O Dia Mundial de Combate ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, foi marcado no Tribunal de Contas do Estado com a realização da 5ª edição do “Setembro Amarelo”, discutindo o tema “Ansiedade em foco – diálogos para a prevenção e cuidados em saúde mental”, com palestras do psiquiatra Adriano Araújo e do psicólogo Diego Gonçalves, com mediação da psicóloga do TCE, Jordana Celli, e apresentação cultural de Tanda Macedo e Jubileu Filho. O evento foi uma promoção do TCE por meio do seu Núcleo de Saúde e Escola de Contas e contou com a participação de conselheiros, diretores, coordenadores de setores e servidores do Tribunal.
Logo na abertura, o presidente do TCE, conselheiro Carlos Thompson, destacou que o Brasil figura como um dos países com maiores índices de transtorno de ansiedade no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), problema que pode levar à depressão, gatilho para o suicídio, situação que acomete 14 mil pessoas por ano no país. “São 38 famílias que passam por estas perdas irreparáveis por dia”, acentuou, lembrando que se trata de uma pandemia silenciosa que repercute no sujeito e seu entorno, como no ambiente de trabalho. “O transtorno mental é a terceira causa da falta de trabalho”, relatou, ressaltando a importância de palestras como essas, desmistificadoras sobre o tema.
Em seguida, a psicóloga do TCE, Jordana Celli, falou da relevância do trabalho que vem sendo executado pelo setor de psicologia no Núcleo de Saúde do Tribunal, atuando em várias frentes com informação, como no caso destes encontros, prevenção e intervenção, neste último com acolhimento e encaminhamento quando necessário para unidades de atendimento mais específicas. O trabalho foi iniciado há seis anos, em plena pandemia, e vem se desenvolvendo com a realização de escutas individuais e também ações coletivas.
“No Brasil, são mais de 8 mil casos associados a transtornos mentais por mil habitantes. É um número muito elevado”, registrou o psiquiatra Adriano Araújo, fazendo uma abordagem científica do processo, que tem a ver com o estilo de vida, história de vida e a genética do sujeito. A ansiedade está associada à imprevisibilidade, ou seja, coisas que acontecem na vida de cada um e podem causar sintomas como medo, tristeza, frustração, agitação, falta de concentração e outros. “É um gatilho que pode acionar vários problemas”, acentuou.
O psicólogo Diego Gonçalves lembrou que a ansiedade pode ser saudável, mas, quando se torna excessiva, desproporcional ou persistente, deixa de ser aliada e passa a ser prejudicial, necessitando de ajuda. Os casos de ansiedade surgem como respostas para situações desafiadoras, incertas ou ameaçadoras, acendendo sistemas de alertas, podendo culminar em pensamentos catastróficos. “É preciso aprender a identificar suas emoções. Que pensamentos são estes que estão me causando desconforto? Quando o sujeito passa a questionar, a ansiedade cai”, ensinou, lembrando que, no cotidiano, precisa-se criar ambientes agradáveis nas organizações, assim como estímulo à busca por terapia.
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